sábado, 4 de junho de 2011

Uma antiga. =)

Se aproximando o meio dia
da vida que temos - nosso chão
Fechando portas, excluindo vias
Tudo caminha no sim ou não

Mas meus valores são meninos
que pulam bem alto
correm pro mato
pisam no asfalto sem adoecer
Não curtem escola,
não reparam na marca da bola

O que você vai ser quando...
Viver?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

rapidamente.

Buscava o pior do mundo, como se por ele fosse a única culpada.
Pelas lágrimas, a esperança de que no fim veria o vigor da beleza.
Hoje existe o pior do mundo,
Na beleza não há altivez,
O céu chora sobre encanto e dor sem reconhecê-los.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A foto de um caderno.




Parece inevitável... Ainda a mesma necessidade de dar vida a algo, a vontade de querermos de alguma forma ser o princípio de tudo, como na foto mostra, parece muito importante sentirmos que algo surja de nós. Até mesmo a própria natureza tendo que nascer de mãos humanas, ter um sentido humano,  por quê? 


Queria olhar essa publicidade com uma noção de compartilhamento, crer que na verdade essas mãos estão apenas transportando uma muda, devolvendo à terra aquilo que apenas dela pode crescer e deixando que cresça livremente sem necessidade de ajuste. Mas percebo que provavelmente nem essa luz que ilumina as pontas dos dedos venha do sol, talvez nem mesmo a verdade da mentira seja mais real.
Percebo também que quero muito, e diante do que ocorre, querer parece muito fútil.
Estamos longe demais da vida, a distância em relação a natureza parece tomar conta de tudo, os ambientalistas tentam alertar sobre a destruição do meio ambiente, e o tempo passa... Claro que nada vai mudar somente com alertas, é muito fácil destruir aquilo que não sentimos, que não temos uma gota sequer de empatia e é isso que tá acontecendo, parece que perdemos a ligação natural com o céu, com a terra e com as pessoas também.
Tudo que não veio das nossas mãos, criado pela nossa compulsão ou genialidade, como queiram, parece muito inseguro, não sabemos lidar muito bem com os animais, com as chuvas, o fundo do oceano...Não sabemos lidar com quem não entendemos, com quem foi criado em uma outra cultura, quem não curte o que curtimos... É tudo muito estranho a nós.
Melhor mesmo nos afundarmos naquilo que é conhecido, centros urbanos, máquinas, grupinhos fechados, pessoas que viram nosso mundo e o resto é resto, conseguimos bastante satisfação nisso... No século passado ainda foi muito doloroso o processo de isolamento, colocamos os bofes pra fora, literalmente, mesmo matar e morrer parecia mais seguro que cessar as guerras declaradas... Agora colocamos as sinapses pra fora... E ai, ''Satisfação Garantida...'' Nem parece que morremos e matamos de segundo em segundo na velocidade da sua conexão... 
Tudo parece perfeito hoje, conseguimos finalmente (será?), antes ainda doia muito, era muito incomodo, ainda estávamos muito próximos uns dos outros, as cidades ainda não tinham engolido tanto o verde, ainda não tinhamos nos vomitado tanto...
Agora tudo parece muito estável, distantes pra não sentir, distantes porque se eu simplesmente te olhar, vou me sentir responsavel e isso é extremamente doloroso pra nós, sempre foi... Evitamos agir, agir realmente. O movimento requer uma certa qualidade de leveza, leveza subentende não carregarmos tantas coisas, e poxa, nós carregamos tanto, temos todo um passado, toda uma história, não só nossa, mas de nosso país, de nossos pais... E o mais engraçado, temos tantas conclusões sobre essas pessoas e lugares que exatamente pelo peso disso deixamos de realmente fazer algo por eles.
A vida é uma coisa muito estranha, nasce de nós sem nenhuma escolha, de repende o carinho surge, as mãos se encontram, o silêncio ecoa e nada mais precisa fazer algum sentido.


É doloroso admitir, mas ao contrário do que a publicidade tenta vender, a vida não pode nascer deliberadamente das nossas mãos.